quinta-feira, 20 de setembro de 2012

CONHEÇA UM POUCO MAIS SOBRE A AMÉRICA CENTRAL


AMÉRICA CENTRAL

  A América Central ocupa somente 2% do território americano, possuindo uma área de aproximadamente 540.000 km². Ela é formada por uma parte continental e por um conjunto de inúmeras ilhas, que constituem a parte insular.
  A América Central Continental é a porção que está ligada ao continente. É constituída por uma faixa de terras (ístmo) que liga a América do Norte à América do Sul e separa o oceano Atlântico do oceano Pacífico.
  Também denominada de América Central Ístmica, essa estreita faixa de terra é formada por sete países: Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Belize e Panamá. Esses países têm em comum a colonização espanhola, exceto Belize, de colonização inglesa.
América Central Continental
  Um arco no oceano Atlântico forma as ilhas da América Central Insular. Muitas delas são de origem vulcânica.
  A América Central Insular foi a parte do continente americano que primeiro teve contato com o europeu, no período das Grandes Navegações, motivo pelo qual a maioria dos países fala a língua espanhola. 
  Os espanhóis foram os primeiros colonizadores. Mais tarde chegaram também ingleses, franceses e holandeses. Algumas dessas ilhas mantêm-se como possessões, isto é, seus territórios pertencem a outros países.
América Central Insular
  A América Central Insular é dividida em três conjuntos de ilhas: as Grandes Antilhas, as Pequenas Antilhas e as Bahamas.
  As Grandes Antilhas são formadas por Cuba, Jamaica, Porto Rico, Haiti e República Dominicana.
  Nas Pequenas Antilhas, estão Barbados, Dominica, Antígua e Barbuda, São Vicente e Granadinas, Granada, Santa Lúcia, São Cristóvão e Névis e Trinidad e Tobago, além de várias possessões.
Paisagem das Bahamas
  No final do século XVII, já havia muitos piratas na região e uma parcela significativa dessas ilhas estava sob a possessão de alguns países europeus que nelas cultivavam produtos tropicais, como a cana-de-açúcar. Para realizar o trabalho do cultivo da cana-de-açúcar, houve a exploração da mão de obra escrava, trazida da África.
  As ilhas caribenhas sempre foram um atrativo para muitos povos. Além de suas belezas naturais e das rotas comerciais, eram constantemente visitadas por navegadores conhecidos como piratas, especializados em deter os barcos espanhóis que delas saíam, pois havia a possibilidade de estarem carregados de ouro e de outras riquezas.
Paisagem de Santa Lúcia

CONHEÇA UM POUCO MAIS SOBRE A AMÉRICA CENTRAL
Povoamento 
  Na América Central, especialmente na Guatemala, Belize e no sul do México, floresceu uma das mais notáveis civilizações indígenas: a civilização maia, cujo adiantamento no campo das ciências e das artes, bem como no âmbito da organização política, social e religiosa, é universalmente reconhecido.
  Os Maias ocupavam a península de Yucatán e uma porção da América Central. Viveram o seu apogeu do século VI ao X. Sua economia baseava-se na agricultura, com destaque para o cultivo do milho, do feijão e da batata-doce. Esse povo apresentou um desenvolvimento cultural muito elevado. Foram construtores de grandes templos, pirâmides e observatórios de astronomia.
Pirâmide maia
Exploração
  O litoral atlântico da América Central começou a ser explorado após a quarta viagem de Cristóvão Colombo (1502), que dele tomou posse em nome da Coroa espanhola. Vasco Núñez de Balboa descobriu o Pacífico em 25 de setembro de 1513. Gaspar de Espinosa, Juan de Castañeda, Fernando Ponce e Gil González Dávila prosseguiram no reconhecimento do litoral. A conquista da região foi alcançada em 1526, por Pedro Alvarado, que pressionou dois monarcas indígenas, tirando-lhes a resistência. Coube a Frei Bartolomeu de las Casas e outros religiosos, a missão de catequizarem os indígenas.
Ruínas de Palenque - sul do México


A AMÉRICA CENTRAL CONTINENTAL
  Logo depois de aportar na América, os espanhóis se lançaram à busca de metais preciosos, principalmente ouro e prata. Eles acreditavam na existência de tesouros escondidos e em que muitas riquezas, glória e fama estariam reservadas aos desbravadores. Esse espírito animou as primeiras expedições de reconhecimento e conquista ainda no início do século XVI.
  No período colonial, a Espanha fundou vários vice-reinos em suas áreas de domínio da América Latina.
Igreja em Santiago de los Caballeros de Guatemala - primeiro núcleo habitacional da América Central
  A rivalidade entre os conquistadores resultou em sangrentos conflitos, enquanto corsários e piratas intranquilizavam constantemente a capitania. Os ingleses estabeleceram-se na costa atlântica, com feitorias para a exploração de pau-campeche, constituindo a colônia de Belize, apesar dos esforços dos espanhóis para recuperar a região.
  Em 1543, numa tentativa de impedir que os desbravadores continuassem a agir por conta própria, o rei da Espanha resolveu tomar para si o controle da região. Para tanto criou a Capitania Geral da Guatemala, que englobava grande parte do istmo. Ele nomeou pessoas de sua confiança para construir cidades e monumentos, implantar a agricultura e organizar a exploração dos metais preciosos.
Vice-Reinos criado pelo governo espanhol na América Latina
  Os espanhóis geralmente se estabeleciam nas regiões já povoadas pelos indígenas e nelas exploravam a mão de obra nativa. Os colonizadores implantaram núcleos esparsos de povoamento no ístmo, nos quais se destacava a agricultura de produtos tropicais, como cana-de-açúcar, banana e cacau. Para o abastecimento das cidades, recorria aos alimentos tradicionalmente cultivados pelos índios (batata-doce e mandioca, principalmente) e à pecuária praticada nas encostas montanhosas voltadas para o oceano Pacífico. As minas de prata das áreas montanhosas próximas a Tegucigalpa, cidade que mais tarde seria a capital de Honduras, fizeram da região o mais importante centro minerador da América Central Continental.
Tegucigalpa - capital de Honduras
  Durante todo o período colonial, os núcleos de povoamento espanhol no istmo permaneceram isolados uns dos outros. Em 1823, com o processo de independência, foi organizada a Federação das Províncias Unidas da América Central, que reuniu os atuais Estados de Guatemala, Nicarágua, El Salvador, Honduras e Costa Rica. No entanto, a Federação se desfez em 1840, e a região se fragmentou em vários países.
Federação das Províncias Unidas da América Central
O Canal do Panamá
  O Panamá teve uma história singular. No período colonial, fazia parte do Vice-Reino de Nova Granada. Tornou-se independente em 1819, mas ainda incorporado à Colômbia. No início do século XX, o governo dos Estados Unidos pediu autorização ao senado colombiano para construir um canal que ligasse os oceanos Atlântico e Pacífico, visando agilizar a navegação entre a costa leste e a costa oeste do país. Como o governo colombiano se recusou a ceder território para o canal, os Estados Unidos patrocinaram o movimento de independência do Panamá em relação à Colômbia. Assim, o Panamá deve sua existência ao interesse dos Estados Unidos em construir o canal, que foi inaugurado em 1914.
Canal do Panamá
Herança colonial e pobreza
  Os países do istmo centro-americano tornaram-se países independentes, mas mantiveram as estruturas econômicas herdadas do tempo da colonização. A agricultura continua a ser a principal atividade econômica. Nas melhores terras agrícolas, localizadas na costa do oceano Pacífico, predominam as fazendas cafeeiras, cujo produto é exportado para os mercados da Europa e da América do Norte. Nas encostas montanhosas, a população indígena e mestiça se  dedica aos cultivos de subsistência tradicionais. A renda obtida com as exportações agrícolas e a terra permanece concentrada nas mãos de poucos fazendeiros e comerciantes ricos.
Produção de café na Guatemala
  A história recente desses países tem sido marcada por guerras civis e golpes de Estado, em geral comandados pelos Exércitos nacionais e patrocinados pelos Estados Unidos. A falta de instituições democráticas sólidas está entre as causas da pobreza na região. 
  A Costa Rica, cujas terras e riquezas são mais bem distribuídas e onde não existem Forças Armadas, é o país centro-americano cuja população goza de melhores condições de vida.
Praia na Costa Rica
  Já na Guatemala, um dos mais importantes produtores mundiais de café, parte da população muitas vezes não tem o que comer. Apenas 30% dos habitantes vivem em cidades e cerca de 40% são analfabetos.
Feira nas ruas de Guatemala
  Em Honduras, a situação não é muito diferente. Só que, nesse país, o principal produto de exportação é a banana, cultivada principalmente nas planícies do norte do país. Grandes companhias com sede nos Estados Unidos controlam a produção e a comercialização do produto. Por causa de Honduras, muitos países centro-americanos ganharam o triste apelido de "República das Bananas": vivem das exportações de produtos primários e as empresas estadunidenses exercem grande influência em sua vida política e econômica.
Banana - o principal produto de exportação de Honduras
  Também El Salvador mantém fortes laços de dependência em relação aos Estados Unidos. O país exporta café e algodão para esse país e todos os anos milhares de salvadorenhos emigram para lá em busca de trabalho e melhores condições de vida. O dinheiro que eles mandam para seus parentes em El Salvador é hoje a principal fonte de renda do país.
Campo de algodão em El Salvador - um dos principais produtos de exportação do país
  O Panamá é um dos poucos países do istmo que não vivem da exportação de produtos primários. Praticamente toda a economia panamenha gira em torno do canal, por causa do grande número de navios e do elevado número de trabalhadores envolvidos em sua operação.
Navio atravessando o Canal do Panamá, que é o responsável por grande parte da renda do país


A AMÉRICA CENTRAL INSULAR
  No trecho que banha a América Central, o Oceano Atlântico recebe o nome de Mar do Caribe (ou das Antilhas). Esse mar abrange milhares de ilhas, dispostas em forma de arco. Como o turismo é muito desenvolvido na região, o Caribe é, para muita gente, sinônimo de férias, belas praias e ritmos musicais quentes.
Ilhas Virgens Americanas
  Costuma-se dividir a América Central Insular em três conjuntos de ilhas: as Grandes Antilhas (Cuba, Jamaica, Haiti, República Dominicana e Porto Rico - EUA), as Pequenas Antilhas (milhares de pequenas ilhas entre o Porto Rico e o litoral da Venezuela) e o Arquipélago das Bahamas (entre os Estados Unidos e Cuba).
Pequenas Antilhas
A COLONIZAÇÃO
  Assim como aconteceu no istmo centro-americano, também as ilhas caribenhas mais importantes foram colonizadas pelos espanhóis. Mas eles não conseguiram manter o domínio por muito tempo. No final do século XVII, o Mar do Caribe estava infestado de piratas especializados em atacar barcos espanhóis que levavam riquezas da América para a Espanha. Diversas ilhas, em especial as das Pequenas Antilhas, estavam sob o controle desses piratas.
  Na mesma época, a Inglaterra, a França e a Holanda já tinham tomado grande parte das possessões espanholas no Caribe e implantado nelas o cultivo de produtos tropicais - principalmente cana-de-açúcar - para suprir os mercados europeus. Como não havia população nativa para trabalhar nas plantações, os colonizadores tiveram de trazer escravos negros da África. Por isso existe um grande contingente de população negra e mulata nas ilhas caribenhas.
O negros compõem grande parte da população caribenha
PORTO RICO
  Até hoje, grande parte dessas ilhas permanecem sob o controle de países europeus. Porto Rico configura um caso especial: não é uma colônia nem um país soberano, mas um estado livre, associado aos Estados Unidos. Isso significa que os porto-riquenhos desfrutam de alguns direitos comuns aos cidadãos desse país, o que ajuda a entender o grande número de nascidos na ilha que residem nos Estados Unidos. Mas eles não gozam da totalidade dos direitos de cidadania. Por exemplo: não votam nas eleições para presidente e também não estão representados no Congresso dos Estados Unidos.
San Juan - capital de Porto Rico
ATIVIDADES ECONÔMICAS
  A exportação de produtos agrícolas e minerais movimenta grande parte da economia da região. A cana-de-açúcar, um dos mais importantes itens caribenhos de exportação, ocupa lugar de destaque na pauta de exportações da Jamaica, do Haiti e de certos arquipélagos das Pequenas Antilhas. Também a banana é cultivada em larga escala, principalmente na República Dominicana. A exportação de bauxita, o mineral que serve de matéria-prima para a produção do alumínio, é muito importante para a economia da Jamaica: o Canadá, um dos maiores produtores mundiais de alumínio, utiliza basicamente a bauxita jamaicana como matéria-prima.
Exploração de bauxita - um dos principais produtos de exportação da Jamaica
  Em muitos países e territórios caribenhos, as atividades ligadas ao turismo constituem a principal fonte de renda. Os turistas são, em sua maioria, estadunidenses e europeus, que apreciam a beleza das praias, das águas cristalinas e dos recifes de corais. Para receber os visitantes, há uma sofisticada infraestrutura, com hotéis, estabelecimentos comerciais, estradas e marinas. Nos últimos anos, o fluxo de turistas para a região vem aumentando, envolvendo um número cada vez maior de ilhas caribenhas.
São Cristóvão e Névis
  O Caribe é conhecido mundialmente não somente por seus paraísos tropicais, mas também por abrigar vários "paraísos fiscais", em especial no Arquipélago das Bahamas e nas Ilhas Cayman. O governo desses países cobra impostos muito baixos das empresas que neles se instalam e não exige explicações detalhadas sobre o tipo de atividade que realizam. Em resumo, pode-se movimentar livremente grandes somas de dinheiro, pois não há nenhuma fiscalização. Os bancos, por sua vez, também não querem saber de onde vem ou para onde vai o dinheiro depositado em seus cofres. É por isso que grandes empresas e milionários do mundo inteiro mantêm contas e depósitos bancários na América Central Insular.
Mansão nas Ilhas Cayman
  O turismo e os serviços financeiros fazem das Bahamas e das Ilhas Cayman a região mais rica do Caribe. Os exportadores de minerais, como a Jamaica, ocupam lugar intermediário. A Ilha de Hispaniola, que abriga a República Dominicana e o Haiti, bate todos os recordes de pobreza regional. O caso mais dramático é o do Haiti: no século XVII, suas plantações de cana, movidas pelo trabalho escravo, fizeram fortunas para os franceses que dominavam a região. Hoje, é o país mais miserável da América, e sua capital, uma das cidades mais pobres do mundo. Milhares de haitianos tentam ingressar nos Estados Unidos em busca de uma vida melhor, mas o governo norte-americano mantém vigilância severa nas fronteiras, para impedir a entrada desses imigrantes em seu território. Para complicar a situação do país, no dia 12 de janeiro de 2010, o Haiti foi sacudido por um terremoto de magnitude 7,0 na escala Richter, que destruiu grande parte de sua capital, Porto Príncipe.
Porto Prícipe após o terremoto de 12 de janeiro de 2010.

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